30 agosto, 2017

Desperdício

Certa vez fiz uma poesia pro cara que morei junto. O pior de tudo não foi ter feito a poesia, nem ter terminado o relacionamento. A pior coisa foi, depois de um tempo, eu ter mostrado o texto para ele quando tentamos ficar juntos novamente. Ele olhou, deu um sorriso amarelo e um tapinha na minha perna, como de consolo. Típico da galera que veste a roupa da sensibilidade, mas quando está nu não carrega um sopro de afeto. A poesia perdeu todo o encanto. Tudo bem... não era lá essas coisas, mas dizia algo bom sobre ele. Dobrei o papel em quatro e guardei no bolso da calça jeans. Coloquei para lavar. Na vida, às vezes, acontece da gente "desperdiçar" ou despetalar poesia. Acontece....