20 março, 2011

Poema teu, (mundo)

Do trapézio à corda bamba. E te vi vivo, não tão fugaz. E te vi manso, com fogo no olhar. Me fiz torpe, dancei em vida. Pulei os abismos colocados com as mãos e rodiei o teu corpo como o perfume da dama da noite rodeia o ar tentando alcançar a lua. Te sorri com a minha arma mais poderosa e te soltei ao vento, implorando que voasse, mas que voltasse a me visitar. Como o beija-flor que voa e rodeia as flores e vai longe e volta ao meu jardim. Incontido e cheio de querer o meu coração pulou e ardeu, mas voou. Pegou carona num dente de leão e pousou no teu ante-braço esquecido, mas teu. Diante de mim, o mundo. E por mais que os meus ouvidos doam, eu repito: o resto é vida. E há sempre a vida que sussurra e a vida que grita.